Na quinta-feira da semana passada, 19/05/11, assisti esse documentário na minha aula de Arquivo Permanente 01 e gostei dele tanto, porque fala da dificuldade de acesso aos documentos do FBI sobre John Lennon, e pelo fato de me ter trago informações sobre John Lennon que até então não sabia. O assunto me interessou muito já que gosto dos Beatles e são informações pessoais de John Lennon e Yoko Ono investigadas pelo FBI que eu realmente não imaginava. O documentário mostra a atuação do músico John Lennon como ativista social e as tentativas do governo Estadunidense de silenciá-lo.
Ficha Técnica:
Ficha Técnica:
Título Original: The USA X John Lennon
Título em português: Os EUA X John Lennon
Direção: David Leaf, John Scheinfeld
Roteiro: David Leaf, John Scheinfeld
Fotografia: James Mathers
Origem: Estados Unidos
Ano de produção: 2006
Elenco: Depoimentos de: Walter Cronkite, Mario Cuomo, Angela Davis, G. Gordon Liddy, George McGovern, May Pang, Geraldo Rivera, John Lennon, Yoko Ono, Richard Nixon, J. Edgar Hoover, Ron Kovic, Gore Vidal, Bobby Seale.
Cromia: Colorido e preto e branco
Idioma: Inglês
Duração: 99 minutos
Gênero: Documentário, Biografia
Estúdio: Lionsgate Films
Classificação: 14 anos
Site oficial do documentário: http://www.theusversusjohnlennon.com/site/
A maioria de nós conhece John Lennon como músico famoso que iniciou sua carreira como vocalista e guitarrista dos Beatles e Yoko Ono como artista plástica que se torna mais conhecida quando inicia um relacionamento com John. Porém, esse documentário mostra uma outra fase do casal ,que foi o período militante de John e Yoko e seus problemas com o governo norte-americano.
O documentário se dá no período entre os anos de 1966 a 1976 e mostra uma década em que Richard Nixon, presidente dos EUA, comandava a Guerra do Vietnã e ,por isso, teve de enfrentar a opinião pública, o movimento pacifista, a luta pelos direitos civis, movimentos políticos e principalmente os artistas que inflamavam a população contra suas decisões, dentre eles, John Lennon, um dos mais notórios. John Lennon e Yoko Ono tornam-se ativistas convictos e consequentemente ícones da luta contra a Guerra do Vietnã.
É neste contexto de provocações que John e Yoko mudam-se para Nova Iorque, considerado o epicentro artístico do mundo ocidental àquela altura. Johnn se alia a outros ativistas, como o líder do grupo Panteras Negras Bobby Seale e o casal começa a participar de concertos promovidos contra a guerra e em eventos contraculturias de todas as espécies, seja pela afirmação dos direitos políticos dos negros e das mulheres, seja em shows de protesto contra a prisão de ativistas, além de apoiarem os democratas nas eleições de 1972 dos EUA.
Diante disso, Johnn Lennon foi julgado por sua condição de estrangeiro que usufruia dos benefícios da potência imperialista, enquanto desmoralizava seus líderes políticos, em retaliação à sua posição de "figura pública com opinião", Lennon tornou-se alvo preferencial de Nixon e de J. Edgar Hoover, diretor do FBI. A agência espionou o músico levantando um imenso dossiê e tudo isso culminou num processo de deportação do casal empetrado pelo departamento de imigração que usou como justificativa uma apreensão de maconha na Inglaterra, anos antes. Essa situação durou quase dois anos, até o conhecido escândalo Watergate afastar Nixon do poder.
Um outro assunto relatado no documentário que destaco por se tratar de um tema arquivístico é o acesso aos documentos. É mostrado no final do documentário a dificuldade de acesso aos documentos sobre John Lennon e é citada ainda a lei de 1966, dos USA, sobre acesso a informação.
Em 1981, um ano após a morte de John Lennon, é solicitado acesso aos documentos sobre o músico produzidos pelo FBI, inicialmente, das 275 páginas (do dossiê) somente 75 foram divulgadas com a justificativa de que “por motivos de Segurança Nacional” somente essas poderiam ser abertas. Posteriormente mais 190 páginas são abertas, porém, nelas haviam tarjas pretas de censura, de forma que não era possível ler todo o conteúdo. As 10 páginas restantes (não abertas na época) foram divulgadas somente em 2006.
Ainda sobre acesso, uma cena me chamou muito a atenção, inicialmente somente 75, das 275 páginas, foram abertas e as demais não eram acessíveis, os USA e o FBI justificavam que a abertura das demais poderia comprometer a imagem e a integridade moral de alguns funcionários do FBI envolvidos no caso, nesse momento, ocorre uma cena surpreendente, uma funcionária vai a mídia e diz que não se importa em ser exposta e que se importava mais com a divulgação do dossiê mesmo que seu nome estivesse nele.
Pessoalmente, foi uma surpresa descobrir, por meio desse documentário, que John Lennon fora considerado uma ameaça aos USA, bem como, que sua vida foi intensamente investigada pelo FBI. Já sabia que John Lennon e Yoko Ono fizeram parte do movimento pacifista dos EUA e que sempre se posicionaram contra a guerra do Vietnã, mas não que isso se tornara motivo para os EUA considerarem John um "inimigo público", na verdade, assim o chamavam, mas era de fato inimigo do governo republicano, de Nixon.
Trailer
Como disse anteriormente, o documentário me interessou por tratar do tema acesso, bem como, por trazer informações sobre o Johnn Lennon como ativista e sua relação com o governo Estadunidense e sem dúvida mostra o papel importante que Lennon teve na luta contra a guerra do Vietnã, sua coragem e forte personalidade, mas tem um aspecto que relmente me fez pensar diferente do que foi proposto no documentário que foi o casal justificar que o motivo para permanecerem nos EUA era a procura da filha de Yoko, fruto de seu casamento anterior, Kyoko nascida em 1963, porém aparentemente o casal mais dava atenção aos compromissos e causas sociais em que estavam envolvidos do que a procura da menina, tanto que, a própria menina foi quem pediu para viver com o pai. Achei que essa justificativa foi, na verdade, a melhor saída que eles encontraram para dizer ao público e ao governo dos EUA que "precisavam" ficar.
Fontes:
Cinema.Cineclick
Omelete
Guia.Gazetadopovo
Cineplayers
0 comentários:
Postar um comentário