17 de mai. de 2011

Digerindo 06: Aula expositiva

Na última sexta feira, dia 13 de maio, tivemos uma aula sobre Documentos fotográficos como documentos imagéticos de arquivo, um capítulo da tese do Professor André Porto. E diga-se de passagem, tivemos que suar o avental para conseguir entender a receita que nos estava sendo passada.
Foram tantas as informações que até agora estamos um pouco confusos, mas vamos tentar materializar nossos pensamentos e digerir as novas idéias. 

Vamos listar os assuntos tratados pelo professor André Porto:
  • Diplomática, Tipologia e Plano de Classificação:
Primeiramente, relembramos que a diplomática é o estudo responsável pela análise das características internas, externas e pelo trâmite dos documentos, para assim difinir sua autênticidade diplomática. A tipologia estuda os documentos dispostos dentro do arquivo, suas funções.

Quando misturamos esses dois ingredientes prontos (os dois estudos feitos) e estabelecemos uma hierarquia entre os documentos, temos a elaboração de um Plano de Classificação, ou seja, um instrumento de pesquisa.

ANÁLISE DIPLOMÁTICA  (tipos documentais) + ANÁLISE TIPOLOGICA =
PLANO DE CLASSIFICAÇÃO (hierárquia)

Vimos os seguintes elementos da análise diplomática, que são:
  1. Espécie, o nome atribuído ao documento;
  2. Formato, conjunto das características físicas de apresentação, das técnicas de registro e da estrutura da informação e conteúdo de um documento;
  3. Função Administrativa, que se resume em para que o documento foi criado, qual a sua finalidade.
Vimos os seguintes elementos da análise tipologica, que são: 
  1. Produtor Arquivístico é aquele que tem a posse do documento e não quem o fez;
  2. Emissor é quem escreveu, quem fez o documento;
  3. Função Arquivística, razão para o documento estar guardado em um arquivo, ou seja, comprova a atividade do produtor arquivístico. 
Quanto a essas definições destacamos a diferença entre função administrativa e função arquivístiva, não podemos confundí-las, pois enquanto a primeira é analisada pela diplomática e significa a razão pelo qual o dcumento existe, a segunda é analisada pela tipologia e significa o por que do documento ser guardado no arquivo, estar no arquivo.

A grande dica da aula foi descobrir que não existe uma análise diplomática e tipológica pré-definida e logo, também não existe um plano de classificação pronto para ser aplicado em qualquer realidade. Isso porque devemos sempre nos preocupar com as espécies documentais presentes em cada arquivo e com base na organicidade propor as análises diplomática e tipológica mais adequadas para cada situação, bem como, um plano de classifcação e tabela de temporalidade compatíveis. A melhor proposta, na verdade, depende do trâmite de cada documento e da análise de todas essas características.
  • Presunção de veracidade dos documentos de arquivo:
Segundo Luciana Durant, todo documento de arquivo deve ser considerado verídico, visto que não existe a necessidade de se guardar algo que não possua a presunção da veracidade, você não pode arquivar um documento duvidoso.

Por isso deve-se sempre considerar que o documento de arquivo é imparcial, sendo o reflexo da atividade que o gerou, logo a informação que está nele é considerada verdadeira, verídica.
  • Arquivo e Coleção:
Coleção não é arquivo, não tem subdivisão orgânica. A diferença básica entre arquivo e coleção: o primeiro tem caráter orgânico (estabelecido por meio das séries que o forma), sendo a prova de uma atividade; enquanto que o segundo não mantém organicidade, não é prova de uma atividade.

Exemplos:
  1. Uma pessoa possui vários quadros em uma parede, uns adquiridos em viagens e outros ao acaso.
  2. Os quadros adquiridos nas viagens servem como prova de uma atividade, como prova da viagem, portanto são parte do arquivo.
  3. Os quadros que foram comprados ao acaso não atuam como prova de uma atividade e logo constituiem uma coleção.
Sem contar a questão da função nesses casos, pois uma coleção de um museo possui uma função e a coleção de uma pessoa (acervo pessoal) possui uma outra função.

Outra observação quanto a esse assunto, é que podemos considerar acervo como fundo ou coleção.
  • Série:
Concluímos que as Séries são assim chamadas justamente por serem dispostas em série, em sequência, seguindo uma organicidade de acordo com a atividade que a gerou. Segundo o  Dicionário de Terminologia Arquivística temos uma "sequência de unidades de um mesmo tipo documental".

O ordenamento seria a maneira de organizar essas espécies, que pode ser de forma cronológica, onomástica, geográfica, alfabético entre outras. Segundo o Dicionário de Terminologia Arquivística, o ordenamento é a disposição dos documentos de uma série a partir do elemento convencionado para sua recuperação.
  • Arquivos Contemporâneos:
Documentos Contemporâneos e Modernos não são a mesma coisa, os modernos representam um período anterior aos contemporâneos.

Uma característica dos documentos contemporâneos é que eles são inseparáveis devido a diversidade de atividades correlacionadas. O surgimento de novas necessidades e de atividades fracionadas ocasionou a criação de documentos com uma caracterísca peculiar, um mesmo documento pode ter funções diferentes em momentos diferentes.

Exemplo usado pelo professor foram os documentos imagéticos. Uma mesma  imagem pode ser usada em vários contextos (ela é deslocada da razão inicial para que foi utilizada), por isso adquire funções diferentes dependendo do seu produtor arquivístico.
  • Outras considerações:
O contexto arquivístico não está no conteúdo do documento e sim nas relações do documento. Não se indexa documento, se indexa o conteúdo.

Por: Raquel Moreira e Vanessa Caliman.

1 comentários:

Raquel Moreira disse...

Oi Pessoal!

Nós colocamos nesse digerindo o que conseguimos lembrar da última aula. Caso algum colega queira opinar ou se lembrar de mais alguma coisa, fique a vontade para comentar.

Valeu!

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