4 de mai. de 2011

Laudo da PF confirma autenticidade de vídeo de Jaqueline Roriz

Já é sabido que Jaqueline Roriz, deputada federal eleita no ano passado, está sendo investigada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, pois veio a tona um vídeo que mostra a deputada ao lado de seu marido, Manoel Neto, recebendo dinheiro de Durval Barbosa, pivô do escândalo do mensalão do DEM de Brasília.

A Procuradoria Geral da República solicitou uma perícia desse vídeo de 2 minutos e 50 segundos, e nesta quarta-feira, 04/05/2011, o Conselho de Ética deve receber a cópia do laudo da perícia feita pela Polícia Federal no vídeo.

Em nove páginas, a análise dos agentes federais confirma a autenticidade da gravação ao afirmar que “não houve edição” nas imagens.

Confira a reportagem sobre esse caso.

Diante disso, o grupo paladarq pensou na afirmação da PF sobre esse laudo de que  "não houve edição" e que por isso o vídeo é autêntico. Não sabemos exatamente quais são os critérios e instrumentos utilizados pela PF nessa investigação, mas quanto a última aula que tivemos de diplomática e tipologia documental e quanto aos conceitos que aprendemos com Luciana Durant, poderíamos analisar esse caso da seguinte forma:

Para ser autêntico, um documento precisa possuir três características:  as internas, as externas e o trâmite. Será que PF analisou alguma dessas características?

Talvez sim, pois características internas dizem respeito a disposição das informações no documento, e pode ser que a PF tenha analisado se elas foram editadas. As externas são os aspectos físicos do documento, como o suporte ou o tipo de material que foi utilizado, e provavelmente a PF também observou se elas não sofreram alterações. E o trâmite, que significa todas as etapas exigidas para um documento, desde sua produção até o comprimento da sua atividade, não ficou tão claro para nós, neste caso, mas pode ser que tenha sido observado pela PF de alguma forma.

Caso a PF tenha analisado alguma dessas características, nesse vídeo, estaremos falando diretamente da autenticidade diplomática e legal de Luciana Durant.

Ainda que a reportagem não tenha falado sobre a veracidade chegamos a conclusão de que esse vídeo será verídico pois, se ele não foi editado, logo suas informações e conteúdo são verdadeiras, ele é o que diz ser.

 "Enquanto a autenticidade está voltada para o processo de criação do documento,  a veracidade está ligada diretamente a qualidade das informações que compões  este certificado". LOPEZ, André Porto Ancona. Tipologia documental de partidos e associações políticas brasileiras. São Paulo: História Social USP/ Loyola, 1999. (Teses).
E ainda tem outro aspecto que podemos observar, já que o vídeo foi periciado e considerado autêntico, bem como, o consideramos verídico, logo ele é um documento genuinamente arquivístico, conforme Luciana Durant, ele reuni a autenticidade e a veracidade ao mesmo tempo.

Ainda não sabemos muito bem como analisar vídeos, mas esse post é uma tentativa, talvez um pouco audaciosa, de aplicarmos os conceitos que aprendemos em casos reais.

Por: Raquel Moreira.

Fonte:
Conceitos Luciana Durant e André Porto

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